O link acima é o artigo publicado no jornal digital "Público". Entretanto ao clicar no link abaixo é possível aceder a página criada pela DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor), denominada "Fica na linha", que com o apoio de estudantes da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e supervisão de nutricionistas disponibiliza ementas baratas e saudáveis para a população teen.
Andei a espreitar o site criado com o objetivo de auxiliar a população a ter mais ideias sobre o que comer e como poupar, uma vez que a atual situação do país desfavorece muitas e muitas famílias, e é imprescindível recordar que a obesidade infantil vem aumentando com o passar dos anos, e projetos como este tem cariz solidário, inteligente e com propósito de promoção à saúde.
Apesar dos cortes nos salários e pensões, e de uma certa forma o orçamento familiar ter que ser reduzido, mas as "bocas para sustentar" serem as mesmas, a maior parte das famílias acabam por ceder aos maus hábitos alimentares, dando lugar à mesa para os fritos (que acabam por fornecer mais calorias, porém são péssimo para saúde), aos congelados prontos para consumo (que na maior parte das vezes são acessíveis), aos pães brancos, massas brancas e enlatados (sardinha, atum, salsicha).
O acesso no supermercado aos bolos, bolachas, salgadinhos (hipercalóricos) é aumentado, pois estes produtos são baratos, enquanto as frutas, verduras e legumes ficam a preços competitivos (e podem não fornecer tantas calorias em comparação com o que citei anteriormente). Peixe fresco? nem se comenta, pois as famílias muitas vezes não tem sequer acesso a esse tipo de alimento na ementa, afinal 02 latas de atum em óleo "divide" bem para uma família de 04 pessoas (é preciso fazer chegar a comida na mesa) e é barato (1,5 €), enquanto que o quilo do peixe pode rondar os 10€, contudo, faço uma ressalva de que é possível encontrar promoções de peixes mais baratos como Besugo, Cavala, Carapau, Peixe Ruivo, Peixe- gato e algum Bacalhau de menor qualidade (a rondar os 2 € aos 4 €/kg). As escolhas no talho para quem tem o bolso apertado são poucas: entremeadas (gordura saturada, colesterol), entrecosto (mais do mesmo), carne de porco picada (fujam disso, se puderem... é mais gordura do que carne propriamente dita).
Em suma, a mudança no tipo de alimentação devido ao fator económico também pode levar ao aumento de peso nas famílias carenciadas, ou não (simplesmente as dificuldades são tantas que realmente não chega nem para comprar o que é mais barato) e aí há risco de desnutrição nessas pessoas.
Porém, em outro cenário e ao ritmo do século XXI, das tecnologias e das facilidades, a alimentação também tem a sua fatia no bolo, e acaba por ser posta de parte, porque as famílias não tem tempo para pensar no quê cozinhar, não têm tempo para cozinhar, nem dinheiro para pagar uma pessoa para cozinhar, então vão pela praticidade das comidas "de pacote", congeladas, pré-feitas, onde o teor de gordura e sódio são aumentados, para não dizer sobre a inumerável quantidade de aditivos alimentares, conservantes, estabilizantes e todos os "antes" possíveis... Depois as pessoas ficam com sobrepeso, obesas, com todas as "ites" possíveis (rinite, sinusite, bronquite alérgicas) e outras doenças somadas a falta de cuidado na alimentação.
Agora, retomando para o projeto da Deco, no site vocês podem encontrar as tais "ementas saudáveis e baratas" e ainda lerem artigos sobre a pandemia da obesidade; como o estilo de vida levado em família pode influenciar na vida das crianças e adolescentes; e a importância de uma vida ativa para evitar os males do sobrepeso e obesidade.
Recomendo ações assim, pois é disso que o país precisa. É preciso atitude, é preciso querer mudar e não ir apenas pelo caminho mais fácil. "Toca" todo mundo cozinhar de forma saudável, que a "saudinha" agradece.
Abraços nutridos,
Thaís Ramos
Nutricionista
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